Teresinha Maria Miranda Espíndola, mais conhecida como
Tetê Espíndola (
Campo Grande,
11 de março de
1954) é uma
cantora,
compositora e instrumentista
brasileira. Atualmente mora no bairro de
Moema, em
São Paulo.
As características de sua carreira estão na multiplicidade, com incursões pela vanguarda, o pioneirismo regionalista, fusões do acústico com o eletrônico e experimentalismos com pássaros.
Tetê é irmã de
Humberto Espíndola, artista plástico de renome internacional, e foi por ele e a mãe Alba Miranda onde desenvolveu os dons artísticos entre as sessões de teatro que a mãe e Humberto encenavam, e/ou, entre as audições de rádio no período vespertino. Porém, a veia artística não vem só daí, pois na família havia primos-trigêmeos que se apresentavam em grandes orquestras, inclusive para
Getúlio Vargas. Mas o primeiro a aprender a tocar
violão em casa foi o irmão Sérgio, que ensinou Geraldo, e Geraldo ensinou Tetê.
Era evidente que rolava muito som entre os irmãos em casa, já que todos tocam e cantam, e em 1968, Tetê, Geraldo, Celito e Alzira formam o grupo LuzAzul e passam a executar concertos na via Cuiabá-Campo Grande. E foi na via-crucis, no meio do caminho, num local muito especial para Tetê chamado
Chapada dos Guimarães, ao lado de passarinhos e do
Véu da Noiva que Tetê descobre a sua voz aguda…
O LuzAzul decide ir para São Paulo. Vão primeiro Celito e Tetê, e começam a tocar em barzinhos e abrir espaço para os outros irmãos se transferirem de vez para
São Paulo, quando fecham contrato com a Phonogram/Phillips, e a pedidos da própria gravadora, mudam o nome LuzAzul para
Tetê e o Lirio Selvagem, lançando assim seu primeiro trabalho em
1978. Em
1979, Tetê o e Lirio Selvagem se desfaz, a gravadora decide lançar Tetê em um disco solo -
Piraretã.
Em
1981, ao lado de
Arrigo Barnabé, defendem a valsa
Londrina(de Arrigo) no MPB Shell, que recebe o prêmio de melhor arranjo por Cláudio Leal. Em 1982, entre muitas experimentações sonoras feitas através de sessões com Stenio Mendes e Theophil Mayer (inclusive exibido pela
TV Cultura em um especial), surge o disco
Pássaros na garganta, aclamado pela crítica, e onde a estética do som é batizada por Arrigo Barnabé de
sertanejo lisérgico. Em
1985, Tetê vence o
Festival dos Festivais da
Rede Globo com a canção
Escrito nas estrelas, composição do marido Arnaldo Black com Carlos Rennó, que bate recordes de execução e vendagens, dando-lhe o disco de ouro. Em
1986, como parte do conograma da gravadora Barkley/BMG Ariola, segue-se o disco
Gaiola, onde executam uma gigantesca turnê pelo
Brasil.
Tetê dubla, atua e faz a trilha sonora do filme
Mônica e a Sereia do Rio (de
Maurício de Sousa) dirigido por
Walter Hugo Khouri; e faz uma participação no curta
Caramujo-Flor, de
Joel Pizzini, junto com
Almir Sater,
Aracy Balabanian,
Ney Matogrosso e outros artistas de
Mato Grosso do Sul. Como representante brasileira, participa do Festival
The concert voice, em Roma (1988). Em
1989, canta no
New Morning (
Paris) e no Festival de Jazz da
Bélgica. Com uma bolsa da Fundação Vitae, em conjunto com Marta Catunda e
Humberto Espíndola vão rumo á
Amazônia numa expedição em busca do
canto do uirapuru, onde gravam uma série de sons de pássaros, que depois de catalogado, e parte das experimentações musicais feitas por Tetê na Amazônia, gera o disco
Ouvir/Birds (
1991).
Tetê passa alguns anos se dedicando à família e em
1998, junto com a irmã Alzira, gravam o disco acústico só de canções regionais/tradicionais -
Anahí, sucesso de venda e de público nos concertos que lotaram uma agenda de 2 anos. Quando então, aparece o excelente disco
Vozvoixvoice, dirigido e produzido por Phillipe Kadosch, no qual o conceito aplica-se em fazer da voz, todos os instrumentos (baixo, bateria, guitarra, sopros, etc.). Em
2003, Tetê participa em dois projetos junto com a família -
Espíndola canta e
O que virou, e em
2005 lança o disco
Zencinema só com canções de Arnaldo Black.
Em 2006 e 2007 participou de várias apresentações com a soprano
Adélia Issa. Ainda em 2007 lança o disco
Evaporar completamente produzido no Mato Grosso do Sul, desde a escolha de músicos à finalização do trabalho.
[editar] Discografia
- Tetê e o Lirio selvagem (Phillips, 1978)
- Piraretã (Phillips, 1980)
- Londrina/Canção dos vagalumes (Som Livre, 1981)
- Pássaros na garganta (Som da gente, 1982)
- Escrito nas estrelas (Single Barkley/BMG Ariola, 1985)
- Gaiola (Single Barkley/BMG Ariola, 1986)
- Ouvir - Birds (LuzAzul, 1991)
- Só Tetê (Camerati, 1994)
- Canção do amor (LuzAzul, 1995)
- Anahi, com Alzira Espíndola (Dabliu, 1998)
- Vozvoixvoice (LuzAzul, 2002)
- Fiandeiras do Pantanal, com Raquel Naveira (LuzAzul, 2002)
- O que virou — Canções de Jerry Espíndola e Marcello Pettengill (LuzAzul, 2003)
- Espíndola canta (LuzAzul, 2003/2004)
- Zencinema (LuzAzul, 2005)
- Babelyes (MCD World Music/LuzAzul, 2006)
- eVAporAR (Tratore/LuzAzul, 2007)